segunda-feira, 4 de julho de 2011

Balada de Lisboa






Balada de Lisboa

Em cada esquina te vais
Em cada esquina te vejo
Esta é a cidade que tem
Teu nome escrito no cais
A cidade onde desenho
Teu rosto com sol e Tejo

Caravelas te levaram
Caravelas te perderam
Esta é a cidade onde chegas
Nas manhãs de tua ausência
Tão perto de mim tão longe
Tão fora de seres presente

Esta e a cidade onde estás
Como quem não volta mais
Tão dentro de mim tão que
Nunca ninguém por ninguém
Em cada dia regressas
Em cada dia te vais

Em cada rua me foges
Em cada rua te vejo
Tão doente da viagem
Teu rosto de sol e Tejo
Esta é a cidade onde moras
Como quem está de passagem

Às vezes pergunto se
Às vezes pergunto quem
Esta é a cidade onde estás
Com quem nunca mais vem
Tão longe de mim tão perto
Ninguém assim por ninguém

Manuel Alegre, in "Babilónia"

1 comentário:

  1. No castelo, ponho um cotovelo
    Em Alfama, descanso o olhar
    E assim desfaz-se o novelo
    De azul e mar
    À ribeira encosto a cabeça
    A almofada, na cama do Tejo
    Com lençóis bordados à pressa
    Na cambraia de um beijo

    Lisboa menina e moça, menina
    Da luz que meus olhos vêem tão pura
    Teus seios são as colinas, varina
    Pregão que me traz à porta, ternura
    Cidade a ponto luz bordada
    Toalha à beira mar estendida
    Lisboa menina e moça, amada
    Cidade mulher da minha vida

    No terreiro eu passo por ti
    Mas da graça eu vejo-te nua
    Quando um pombo te olha, sorri
    És mulher da rua
    E no bairro mais alto do sonho
    Ponho o fado que soube inventar
    Aguardente de vida e medronho
    Que me faz cantar

    Lisboa menina e moça, menina
    Da luz que meus olhos vêem tão pura
    Teus seios são as colinas, varina
    Pregão que me traz à porta, ternura
    Cidade a ponto luz bordada
    Toalha à beira mar estendida
    Lisboa menina e moça, amada
    Cidade mulher da minha vida

    Lisboa no meu amor, deitada
    Cidade por minhas mãos despida
    Lisboa menina e moça, amada
    Cidade mulher da minha vida
    Musica de Carlos do Carmo.
    Dedico a ti Celestino e a todos os visitantes e fãs deste blog... :)))

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