Uma homenagem a uma amiga desaparecida, mas utilizando as palavras de alguém...
"morrer é deixar de se ver..."
Viagem…
Pela manhã…
Calma, serena fria
Sinto a brisa no rosto a tocar
Como uma simples carícia
Enviada para me despertar
Espreita o sol, como se tivesse lábios
E descesse para o mar
Para lhe dizer, “ Bom dia”
Para o cumprimentar.
Vejo uma gaivota ao longe
Alegre e destemida
Levita aos céus, desprendida,
Como invejo a sua liberdade..
Como desejo ao seu lado voar,
Subtilmente ela se aproxima
Melodicamente a dançar…
Como fundo a bela cidade
Sem ruído e distante
Enlaçada pela imensidão dos céus,
E envolta por águas vastas
Onde pequenos pontos se vão movendo
Pelas calçadas já gastas…
De uma azáfama desmedida
Metódica e perseguida
Como se de um ritual se tratasse…
Termina assim a pequena viagem
Que para esta selva me lança
Na qual me embrenho
E levo na alma uma esperança…Regressar!
Ângela Rodrigues
Setembro 2002
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